O Agro desemprega!

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Fonte: IBGE, Contas Nacionais, Tabelas Sinóticas. Tabela 15.1 – Total de ocupação segundo os grupos de atividades – 2000-2014.

Segundo Cadu Young, economista e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro “O Agro desemprega!

Num post hoje cedo aqui no FB, o colunista de O Eco, disse estar preocupado com a reação à Operação Carne Fraca, acusada de ser um “golpe” a um setor “moderno e dinâmico”.

Cadu ironiza: “tão moderno quanto o latifúndio e tão dinâmico quanto nossa economia colonial. Apenas um dado: apesar de todo crescimento do setor e da população, o setor agropecuário foi o MAIOR DESEMPREGADOR no período 2000-2014”.

Nesse período, o número absoluto de ocupações reduziu em 2,6 milhões de postos, segundo o IBGE. É mesmo o campeão nacional da expulsão de mão de obra. Se o corte for só sobre pecuária e pesca, a perda de ocupações do “Campeão Nacional” em financiamentos do BNDES foi de (-) 1,6 milhões de postos.

Em 2000, havia 8,85 milhões na atividade. Em 2014, depois de todo o dinheiro público nos investimentos de Friboi, JBS & Cia., o número de ocupações caiu para 7,29 milhões. Informações da Tabela 15.2 (mesma fonte acima).

Post 2

O pânico causado pela Carne Fraca deve-se ao fato de que o Agro é cada vez mais dependente de exportações de matérias primas in natura, sem processamento.

Em 2000, as exportações de produtos agropecuários in natura (soja e outros grãos, principalmente) representava 7,8% do destino de toda a produção. Em 2014, essa proporção subiu para 17,1%.

Os produtos da pecuária, que são classificados como “industriais” mas que são basicamente produtos do abate sem maior processamento, tiveram desempenho semelhante: as exportações saltaram de 9,6% da demanda total em 2000 para 18,9% em 2014 (Fonte: IBGE, Contas Nacionais, Tabelas de Uso Retropoladas 2000-2014).

Ou seja, apesar de todo investimento público e toda a propaganda de que o “Agro é tech”, o modelo de desenvolvimento baseado na expansão agropecuária é cada vez mais regressivo a um país exportador de produtos primários sem transformação. Como nos tempos coloniais.

 

 

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